“As pessoas vão nos deixando piores, e ficamos mais amargos no decorrer do tempo. Até que chega uma uma que você nem se reconhece mais. Vem aquelas mesmas pessoas e falam que você mudou, que você não era assim. Mas, e o que fazemos quando essas mesmas pessoas causaram tantos danos para te deixarem assim? A raiva cresce, você tem vontade de explodir, de gritar, de falar tudo o que essa pessoa fez. As vezes você faz isso, outras vezes, apenas da as costas e finge que essa pessoa nem existe. Mas aquilo machuca, faz com que você queira sair correndo pra se esconder do mundo. Você vai querer apenas um canto pra ficar sozinho e chorar todas as lágrimas. E você tenta ser forte, apesar de parecer que o mundo vai desmoronar. Você vai conseguir, e aquilo, por mais insignificante que pareça ser, vai te deixar um pouco mais fria, e você, uma hora ou outra, vai ser incapaz de lembrar como era antes. Vai ser melhor assim, mas jamais vai conseguir ser tão feliz quanto já fora antes. E não tem como escapar disso. Não é como se você quisesse não ser assim. Você vai ficar fria involuntariamente. E uma hora você vai se perguntar se adianta viver com todo esse amargor, e vai pensar em coisas absurdas. Então você começa a entender os bêbados. Um dia vai ser você quem vai estar sentada em um bar, tomando todas e tentando afogar as magoas, que já são tantas que nem dá pra suportar. E sua vida vai se esvaindo em um vazio gigantesco. E a culpa não é sua, e sim das pessoas que não souberam te valorizar quando merecia.”
(DM)