Aprendi que não devemos esperar tanto das pessoas e sempre fazer o melhor que posso. Isso serve para trabalho, lazer, relacionamentos, amizades, absolutamente tudo. Não podemos esperar que nada seja perfeito, porque nunca vai ser. Mas podemos fazer a diferença perguntando como está o dia do outro, levando uma surpresa, mesmo que seja um simples bombom, escutando o que os outros tem a dizer, essas coisas básicas que deixamos de fazer. E é aí que as coisas vão esfriando, perdendo a graça. De repente começamos a brigar com Deus e o mundo, pensando em como aquilo foi acontecer, onde foi que você errou, e não encontra respostas. Você começa achar então que a culpa é do outro, que ele reclama demais, que nunca te ouve, que esta sempre arranjando desculpas para brigar. Só que nos esquecemos das coisas básicas que deixamos de fazer.
Mas a vida é assim mesmo, tudo desmorona, vira de cabeça para baixo, faz com que percamos a fé, e nem é da fé em Deus que estou falando. Falo daquela fé na vida, de que tudo vai dar certo, de quando estamos empenhados o suficiente para fazer tudo dar certo. E quando vamos conseguindo, ficamos mais acomodados, desleixados, e paramos de nos importar tanto com aquilo que batalhamos para ter. O trabalho já não nos satisfaz, o relacionamento está por um fio de acabar, os amigos já não estão tão presentes, o que antes te fazia tão bem hoje perdeu a graça. E por quê isso acontece? Simples. Com o tempo o interesse que tínhamos vai acabando, e consequentemente vamos deixando para lá, como se isso se resolvesse sozinho. E de uma hora para outra, parece que ligaram uma bomba relógio e buum, tudo explode.
Nunca paramos para tentar consertar as coisas. A gente vai arranjando outros interesses, conhecendo outras pessoas e esse ciclo recomeça. Sim o ciclo sempre vai recomeçar. Se você não conseguiu manter o interesse antes, por quê acha que vai conseguir agora? Pode até parecer que vai durar para sempre no começo, mas você vai transformar tudo em uma bomba relógio de novo, e de novo, e de novo, até aprender que tem alguma coisa errada, e que talvez o problema não seja as pessoas, mas sim você.
Relacionamentos tem que ser vistos como uma família. Os seus pais podem até se separar, mas sua mãe vai continuar sendo sua mãe, seu pai também. Você vai continuar tendo seus tios e tias, primos e primas, seus avós, Para você não vai mudar quase nada, por mais que você brigue, xingue, despreze, seja mal educado, fale coisas estúpidas e os magoe. Sua família vai continuar sendo sua família. Não tem como mudar, só aceitar. É disso que as pessoas esquecem hoje em dia. Qualquer briga, discussão, qualquer xingamento é motivo para se separarem. Ninguém tenta consertar as coisas, pedir perdão. As pessoas são tão orgulhosas hoje em dia, e por causa disso, deixam a felicidade ir embora. E não era para ser assim.
Nos casamentos os noivos falam que estarão juntos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, nas coisas boas e nas ruins. Só que quando começa a acontecer coisas ruins o casamento praticamente se acaba. É fácil ficar bem só na saúde, na alegria ou só quando acontecem coisas boas. Mas e quando as coisas apertam? Quem é que aguenta, não é mesmo? É complicado, eu sei. Você tem que ser mais forte do que jamais foi, vai ter que correr atrás para melhorar a situação, vai ter que se doar por inteiro para arrumar uma solução. Só que os que enfrentam, desistem na metade do caminho. A minoria vai até o fim.
Quantos casais idosos você conhece? São raros, não é mesmo? Ainda mais nos dias de hoje. E sabe o porquê deles estarem juntos por tanto tempo? Eles enfrentaram tudo juntos. Foram até o fim. Se doaram por inteiro até que tudo se resolvesse, se empenharam, se esforçaram, se ajudaram. Aí eles envelheceram juntos, sempre lutando, sempre sendo fortes, e sempre um ajudando o outro. As pessoas deveriam lembrar mais disso. O mundo teria mais casais velhinhos e mais pessoas felizes.
(Duda Mach)